sábado, 31 de março de 2012

Perdão homicida

   
O perdão, o grande, aquele que tanto falamos e conhecemos. O perdão de Deus, a salvação, teve um preço. Uma morte.
Lembro da estória de um certo suicida. O homem subiu até o terraço de um prédio e começou a pensar em todos os seus problemas e, sentindo-se encurrlado e sem saída,  pulou. Quando, este, estava no ar e sentia o vento passar por todo o seu corpo, entrando pelas suas roupas e despenteando seus cabelos; ele percebeu a realidade. Percebeu que havia solução para todos os seus problemas, menos pelo fato de que já tinha pulado.
Você precisa/quer perdoar alguém? Eu tenho uma alternativa: Mate a pessoa. Não digo "matar" no sentido homicida da palavra, que você precisa disparar à queima roupa entre os olhos da suposta vítima. Matar, não no sentido que Jesus citou no sermão do monte: "irar-se contra o próximo". Mas mate-a na imaginação.
Imagine que você está no funeral desta pessoa. Ela está dentro de um caixão com as duas mãos no peito, e sobre ela, muitas flores. E então, você começa a lembrar de todas as coisas boas que viveram juntos, e começa a lembrar de todas as coisas que ainda esperava passar com ela (você não havia pensado nestas coisas até este momento, não é mesmo?). E agora, em frente ao corpo desabitado, você percebe (assim como o suicida arrependido), que havia solução para todos os problemas. Toda a ofensa poderia ter sido perdoada, as coisas poderiam ter voltado a ser como eram, menos o fato de que foi tarde demais ter percebido nisso. E então, você percebe que aquela ira que não permitia perdoar (aquela ira que, nas palavras de Jesus, torna-o um assassino) eram falsas, temporários e deveria ter sido descartada. Agora, de frente com a pessoa que você assassinou na sua imaginação, você descobre que tudo o que queria era ter perdoado-a o quanto antes.
Sorte a sua, que todas estas coisas aconteceram somente na sua imaginação. E agora você sabe que ainda não é tarde demais para perdoar.   

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