Todos nós temos um mundo interior. Nele, muitas coisas acontecem. Cada pessoa, porém, tem um mundo diferente uma da outra. Refiro-me a quem somos interiormente. Quem nos tornamos desde o nascimento até o dia de hoje. Nesse mundo, duas vozes nos levam a construir nossa identidade. Uma: a voz de Deus — ou a voz da consciência, como também a chamo. A outra: a nossa própria voz. A conversa entre essas duas vozes não é uma conversa amistosa, posto que, no final, uma só é a voz que prevalece.
A voz de Deus nos desafia a sermos melhores a cada dia. Ela nos dá dicas de como lidar com dilemas, problemas, inquietações, dúvidas, angústias, medos etc. Já a nossa voz decide o que faremos. Ela usa do livre-arbítrio para escolher andar ou não pelos caminhos que a primeira determina como sendo caminhos de vida. É ela que obedece ou desobedece a Deus. É ela também que, quando obedece ao testemunho interior do Espírito, nos possibilita receber poder de Deus. E isso gera, em nós, fé e vida.
A nossa voz, na maioria das vezes, quer tomar a decisão que é contraditória à voz de Deus. Numa decisão, ou é a primeira voz que prevalece (a voz da verdade), ou é a segunda (a nossa própria voz). De forma que acontece uma guerra muito grande em nosso mundo interior.
Sabendo disso, o apóstolo Paulo escreveu: “Porque eu sei que, em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas, o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7:18-19). Percebe como o apóstolo sofria com essa guerra interior? Ele sabia o que era certo a ser feito, pois tinha a voz interior da verdade e do bem habitando seu ser. Acabava, entretanto, fazendo o que não era bom. Complicado, não é? Pois é assim que acontece com a gente.
Cada vez que paramos para olhar nosso mundo interior, conseguimos observar essa luta. De fato, todo ser humano convive com isso. Sabemos, contudo, que crescemos como pessoas uma vez que acatamos à primeira voz. Se obedecermos à voz que, com amor, nos é soada em nosso interior, daremos um passo adiante no processo de humanização e santificação que Deus opera em nós. Assim iremos até que: “... todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13).
Pois sabemos que: “... aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”(Filipenses 1:6).
Existe uma terceira voz, porém preferi não inseri-la neste texto. Refiro-me à voz de Satanás. A influência exercida pela voz do "coisa-ruim" mais a nossa predisposição à rebeldia geram, no final, a mesma coisa — o pecado. Escolhi me ater à voz de Deus e à nossa própria voz, pois acredito nesta verdade: "Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (l João 4:4).
Sei que receberemos o testemunho da verdade e da vida por parte do Espírito Santo. E esse testemunho é discernido como voz de Deus por aqueles que são habitados pelo Seu Espírito. Cabe a nós, influenciados ou não por Satanás, escolhermos por qual caminho andar.
Espero que, nesse mundo interior, a nossa voz sempre se submeta à voz de Deus. Dessa forma, teremos vida. E vida em abundância. Sempre!
de:http://salvospeloamor.blogspot.com/2009/08/o-mundo-interior-e-as-duas-vozes.html
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