O melhor lugar para se estar é no centro da vontade de Deus, lembram-se que fazer a vontade Dele é nosso alvo?!?.
Mas e quando vacilamos e a realidade é exatamente o oposto da vontade do Senhor? O próprio Pai nos adverte sobre isso no Gênesis (4:7): “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”.
O pecado é um adversário. Ele nos arranca da ‘perfeita vontade de Deus’ e o resultado disso são sentimentos, relacionamentos, e até mesmo vidas destruídas. Um bom exemplo de como o pecado nos afasta dos caminhos do Senhor é a história de Davi;
Davi foi rei de Israel. Um herói de guerra, amado por seu povo, com esposa, filhos, servos fiéis e um grande reinado. Era tão estimado por seu exército, que os homens sob seu comando dariam a própria vida por seu rei. No entanto, após um período de crescimento e fortalecimento, no auge de seu reinado, Davi começou a relaxar, com suas obrigações como guerreiro, sua dedicação ao reino e com sua obediência irrestrita ao Senhor. A Bíblia nos diz que: “Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe [...] porém, Davi ficou em Jerusalém.” (2Sm 11:1).
Davi começava a abrir brechas para o pecado. Ficando em Jerusalém, o rei estava no lugar errado, na hora errada.
“Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa.” (2Sm 11.2.) Quantas vezes ele chegara àquele terraço e nunca vira nada que lhe chamasse a atenção. Mas, naquele dia, ali estava Bateseba se banhando, a linda esposa de Urias, um dos trinta valentes heróis do exército de Davi.
O casal não tinha filhos e morava junto ao palácio de Davi, na confortável capital do Reino. Bateseba era uma mulher muito bonita. Ao se casar com um dos heróis de Davi, ela podia ser vista pelas outras mulheres como uma “felizarda”. Talvez morasse numa linda mansão em Jerusalém. Os despojos de guerra que seu jovem marido, Urias, lhe trazia eram de grande valor. Bateseba possuía jóias, lindos vestidos, perfumes caros e escravas para servi-la. Era uma mulher realizada, na concepção de sua época.
Mas ela foi vista pelo rei. O rei cegou-se por sua beleza, e perdendo o foco do alvo, os dois desviaram-se para o caminho do pecado.
Naquele momento, Davi não pensou nas consequências de sua atitude. Ele não pensou no pecado contra a santidade de Deus, como o fizera o patriarca José, ao ser tentado. Ele não pensou em sua família. Ele não pensou em Deus.
E Bateseba? Como reagiu, ao ser convidada para ir ao palácio do rei, sem a companhia de seu marido, que estava na guerra? Será que não lhe passou nada pela cabeça a respeito daquele convite? Será que ela não percebeu que estava sendo observada do terraço do palácio real? Por que a Bíblia não relata qualquer palavra de Bateseba alertando o rei Davi sobre o pecado que estava para cometer? O pecado sempre engana e traz um rótulo de felicidade e prazer, mas seu resultado, como a Bíblia nos diz, é amargo, é a morte.
Bateseba escreve o capítulo mais amargo na vida de Davi. Ele enfrentara ursos, leões, gigantes e guerreiros sanguinários nas guerras, mas não estava preparado para enfrentar o inimigo que morava dentro de si mesmo.
Após o adultério, Davi fica sabendo que Bateseba engravidara. Ele manda chamar Urias na batalha e tenta inutilmente fazer com que ele desça à sua casa para estar com a esposa. Ele queria que o filho fosse tido como do casal. O pecado sempre quer encontrar um jeito para tapar o buraco feito.
Um engano procura outro engano para parecer que está certo. Mas o pecado traz as suas conseqüências trágicas. Urias, em seu forte senso de responsabilidade e patriotismo não foi até sua esposa, pois estava em concentração de guerra.
A alternativa de Davi regularizar sua situação diante da sociedade seria matar Urias com a espada do inimigo. Ele escreveu uma carta para Joabe, seu comandante, ordenando que este colocasse Urias na frente da batalha para que fosse morto. E o plano foi executado. Urias morreu inocentemente. Morreu como herói de guerra. Davi perdeu não somente um grande guerreiro, mas, ao sepultar Urias, ele estava perdendo a sua dignidade real.
Agora Davi tinha Bateseba, mas perdera a alegria da salvação (Sl 51:12). Perdera a doce comunhão com o Pai Celestial. Perdera a admiração de seus comandados, pois todos sabiam do que fizera.
E Bateseba? Ela deveria estar vivendo um grande conflito interior. O filho do adultério morreu, com poucos dias de nascido. O julgamento de Deus estava claro sobre eles.
Davi se arrependeu amargamente. Podemos perceber que Bateseba também se arrependeu. Eles confessaram o seu pecado e pediram o perdão do Senhor, mas duas vidas se perderam por causa do adultério cometido. Duas vidas inocentes. Podemos ver aqui que o pecado traz conseqüências irreversíveis.
Esta história deve nos alertar quanto ao resultado do pecado, as consequências de seguirmos o que é mal, por melhor que seja sua aparência. Mas também nos lembra que há perdão para todo coração que sinceramente se arrepende e abandona o pecado. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1Jo 1:9).
Deus perdoou e abençoou Bateseba, dando-lhe outros filhos do rei Davi, incluindo Salomão, que fora escolhido para reinar após seu pai.
Mesmo com o presente maravilhoso em nossas vidas que é o coração misericordioso do Pai, devemos ter em mente que nunca vale a pena pecar! Não esqueça de pedir a cada novo dia ao Senhor: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal...” (Mt 6:13).
Adaptado do texto da Pr. Ângela Cintra
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