terça-feira, 28 de agosto de 2012

Não somos habitantes da terra.

A Bíblia ensina que somos peregrinos e forasteiros (1 Pe 2.11), que este não é nosso lugar. Somos estranhos em terra estranha. É claro que moraremos na Nova Terra futuramente, mas ela será nosso lar quando se tornar o lar de nosso Senhor. Por enquanto, devemos ter olhos para outro lugar. Como Abraão, esperamos a “cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hb 11.10) e como Paulo dizemos que “nossa pátria está nos céus” (Fp 3.20).
Isso significa que nossa identidade primariamente não vem de onde nascemos, do que fazemos, das coisas que aprendemos ou do quanto temos. É muito fácil acharmos que o que nos define são coisas tão importantes quanto o local de nascimento e a igreja que frequentamos ou coisas pequenas, como uma “tribo” ou um time de futebol. Para os jovens, por exemplo, os gostos culturais tornam-se fator de união e separação. A maioria de nós já foi (ou ainda é) assim, respeitando ou desprezando pessoas pelo fato de eles gostarem de certa banda, certo diretor, certo autor.
Um sinal de que estamos “habitando na terra” é sentir-se confortável demais com padrões e gostos da nossa cultura. Veja: sem problemas assistir filmes, seriados, ler quadrinhos e ouvir música (falando de uma maneira geral). Mas será que, às vezes, não fica cansativo ver tanta mensagem humanista, tanta irreligião, tamanho desprezo pelas coisas celestiais em obras de qualidade (e em obras sem qualidade também)? É como ser brasileiro e não se incomodar com um comentarista que passa o jogo todo elogiando a seleção da Argentina, a torcida hermana e até a própria nação platina. Uma hora cansa. Se não cansa ou ofende, más notícias: você provavelmente é argentino.

Já reparou que habitar tem o mesmo radical de hábito e habitat? E aí está o problema. Talvez essa terra estranha tenha se tornado nossa casa.

de: http://iprodigo.com/textos/estranhos-em-uma-terra-estranha.html

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